sábado, 12 de março de 2011

Um recomeço... e revirando o baú - Como escrever um texto?!

Como escrever um texto quando este não se encontra em nós? Como dissertar se não cultivamos tal hábito nem fazemos esforços para tal, e quando se cria a necessidade nos vemos despreparados, com uma caneta na mão e o relógio no pulso, pressionados? Então, como ser criativos, corretos, seguir o tema se nem conseguimos prosseguir nos mesmos passos, à mesma distância e com igual convicção.
A arte de escrever é a arte que não possuímos. Somos surrealistas e até dadaístas desprezados. Nossa obra é jovem, sem análise crítica. Talvez por não ser arte e sim adolescência, premiaram-nos com espinhas no rosto e zeros em testes.
A terapia temática de escrever sobre o que não queremos, quando não nos convém é típica de qualquer avaliação. Não somos José de Alencar, Machado de Assis ou Aluísio de Azevedo.Não nascemos para escrever e mesmo que assim o fosse, não nos teriam dado igual valor.
O importante é ponto, ponto-e-vírgula, virgula, reticências, travessão. Nossa arte encoberta por pequenos acentos e pontuações. Pensamentos jovens, obras imaturas, como artistas, ignorados.
A redação é um sonho que não terminamos de sonhar e incompreendidos com ele, ficam os nossos textos como nós mesmos.
Que erro da vida! Não ter nos dado a ironia de Machado ou Veríssimo; a perfeição da forma parnasiana; o olhar realista, modernista, contemporâneo. Enfim nada herdamos de nossos antepassados.
Agora, só resta um texto mal feito e mais trinta minutos para revisar e passar a limpo. Felizmente, o ponto final chega.

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