sexta-feira, 11 de março de 2011

Em vista do documentário - O oposto do oposto...


Pensar o contrário! Isso é o que me veio à cabeça quando fui à exposição de Vik Muniz, não sei se foi sob influência de um livro que acabará de ler (Raciocínio Criativo na Publicidade – Stalimir Vieira).
             A fotografia busca por principio dar tridimensionalidade a um material bidimensional. Vik trabalha com a fotografia como arte final, e parte exatamente do contrário, trabalhando com materiais tridimensionais os transforma, através da fotografia, em bidimensionais, são obras monumentais que viram painéis.
Ele também discute a questão do original quando se desfaz do material deixando como original a própria fotografia, ela é a obra o resto é só um processo.
O estilo dele mistura alguma coisa de Pollock, quando usa materiais que exigem uma rapidez (como a calda de chocolate) na feitura o que impossibilita a precisão, e algo do impressionismo, de perto se ver objetos tridimensionais ou manchas de materiais inusitados como com calda de chocolate ou molho de tomate, mas com angulação certa se forma uma figura mais bidimensional, quase um desenho em que se perde a noção do material no qual foi feito o processo da obra.
A exposição de Vik Muniz de certo modo me tirou da posição comum de observador, por ter que descobrir o que está além dos materiais usados.O interessante é ver como a questão dos materiais está intrinsecamente ligada ao próprio conceito da obra, ou seja, eles não estão ali por acaso, como por exemplo, uma das obras que ele usa brinquedos para formar uma imagem de menina ou quando mistura fotos de meninos de rua com lixo para fazer uma releitura de obras já consagradas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário